A Câmara Mulher, sessão solene da Câmara Municipal de Três Lagoas, destinada a comemorar o Dia Internacional da Mulher, foi um sucesso, na avaliação do presidente da Casa, José Augusto Morila Guerra.
De acordo com ele, foram atingidos os objetivos de trazer a mulher para dentro da Casa, discutir seu papel na sociedade e, principalmente, homenageá-las. “Foi um momento muito bonito, de comemoração e de cidadania. Procuramos homenagear a três-lagoense de forma geral, trazendo um pouco de reflexão sobre a luta feminina. É papel desta Casa, estar sempre aberta par ao povo discutir seus assuntos”, afirmou.
A sessão ocorreu na terça-feira (8) e pelo menos 120 pessoas de setores representativos da comunidade três-lagoense estiveram presentes. A idéia do evento foi do vereador Cláudio César e os outros colegas aprovaram a indicação por unanimidade.
A abertura foi realizada pela pastora Josélia Pereira Garcia, da igreja Metodista, que leu uma passagem da Bíblia – procedimento regimental para as sessões da casa – e fez uma pequena pregação, lembrando mulheres que, ao longo da história Bíblica e humana, lutaram contra a desigualdade, quebraram preconceitos e até morreram, movidas pela fé. A pastora lembrou, inclusive da missionária Dorothy, morta recentemente na luta pela terra.
Em seguida, os vereadores foram alternando seus pronunciamentos com pequenas palestras de convidados. Com discursos que variaram entre informações históricas, homenagens a mulheres que fazem parte da vida deles, homenagens às três-lagoenses e se colocando à disposição para representar as mulheres, cada vereador que falava, entregava, em seguida, um pequeno presente a uma mulher que era sorteada entre os presentes.
Outra convidada foi a professora doutora em História da UFMS, Maria Celma Borges. Ela destacou a importância de se comemorar um dia da mulher, mas lembrou que era preciso refletir sobre o preconceito que pode estar embutido na instituição de uma data para a mulher e não para o homem. Além disso, ela contou um pouco da história de luta das mulheres por direitos, entre eles o de voto. Encerrou sua palestra com uma poesia sobre violência e batalha contra o preconceito.
Em seguida, as vocalistas Keyla Oliver e Alessandra Medina, do grupo Peniel em Adoração, da igreja Peniel, apresentaram uma canção. Com o título “Não vou parar”, a música ressaltava a força que a mulher encontra em Deus para enfrentar dores e dificuldades. O público ficou emocionado com as interpretações.
Já a outra convidada da noite, a delegada da Delegacia de Atendimento à Mulher, Magali Corsato, explicou como funciona a delegacia e falou sobre os diversos tipos de violência a que a mulher é submetida, principalmente pelos maridos ou por quem é de confiança e em todos os níveis sociais.
“Tenho certeza que aqui dentro tem mulher vítima de algum tipo de violência, física, moral ou psicológica. Se não for, conhece alguém que é. Por isso, é preciso denunciar. A delegacia não é um lugar para vingança contra os homens, mas para fazer cumprir a lei, com atendimento especial, carinhoso e compreensivo”, resumiu a delegada.
A secretária municipal de Cultura, que representou a prefeita Simone Tebet, também discursou. Ela disse que a prefeita está empenhada em resolver as questões mais emergenciais que afetam as mulheres da cidade e encerrou, desejando paz, progresso e fé.
A vereadora Vera Helena, única representante feminina na Câmara dos Vereadores, também se pronunciou e, emocionada, lembrou às mulheres presentes que a sua participação no Legislativo é símbolo da luta feminina. “Parabéns a cada uma. Vocês podem contar comigo”, disse.
No encerramento, o presidente da Câmara, José Augusto Morila Guerra destacou o papel da mulher mãe, companheira e trabalhadora. Ele leu uma mensagem que retratava a mulher em diversas facetas e colocou o Legislativo à disposição para auxiliar a cidadã três-lagoense na busca pelos seus direitos.
O plenário da Câmara foi especialmente decorado, com um toque feminino, para a Câmara Mulher. As artistas plásticas Nilva Barroso, Aura e Cleuza Cocato cederam obras de arte, que ficaram expostas desde a entrada do prédio até o corredor do plenário.