Pelo menos 80 pessoas – representantes da sociedade civil, empresas e governos, além de técnicos da International Paper e parceiros – participaram do “2° Fórum com partes interessadas do projeto da fábrica de Três Lagoas, da International Paper”, ocorrido no último sábado (25). Entres os presentes estavam os vereadores José Augusto Morila Guerra e Cláudio César. O evento ocorreu das 8h30 às 17h, no Hotel OT.

Neste segundo Fórum foram discutidas as implicações ambientais da instalação da fábrica no município, previstas no EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental), exigido pela Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) para a liberação do empreendimento. O documento já apresentado a Sema, também foi encaminhado para órgãos municipais e de meio ambiente. A Câmara Municipal recebeu uma cópia do material, na semana passada.

No Eia-Rima são apresentados todos os detalhes do empreendimento, que inclui as seguintes informações: Quem é o empreendedor? Por que instalar e Operar a fábrica em Três Lagoas? Áreas de influência do Projeto? Efeitos e Impactos do empreendimento? E Ações e Gestão.
A Paper deixará o material a disposição da população por 45 dias, a contar da data da entrega a Sema, ocorrida em 2 de março. A Câmara, bem como os demais órgãos, também deverá emitir um parecer sobre o material e encaminhar para o Imap (Instituto de Meio Ambiente Pantanal), órgão ligado a Sema.

O vereador José Augusto Morila Guerra, presidente da Câmara Municipal de Três Lagoas, ressalta que através dos três Fóruns que serão realizados pela Paper, e também, de uma audiência pública, todos os aspectos do Projeto serão bem esclarecidos. “É importante que todos os órgãos, entidades e, principalmente, a comunidade estejam a par de todas as etapas do empreendimento. A Câmara fará a sua parte”, destacou.

O vereador Cláudio César também fez questão de participar do Fórum. “É importante acompanhar e saber qual é a proposta da Paper para Três Lagoas”, informou.

Durante o Fórum foram apresentados dados da empresa, áreas de atuação, mercado, produtos, assim como, detalhes e imagens do projeto da fábrica. Na ocasião, os participantes tiveram a oportunidade de questionar e sugerir adequações do projeto.

Num terceiro encontro serão discutidas as questões sócio-econômicas do empreendimento, ou seja, implicações como, por exemplo, vagas de trabalho, moradias, crescimento da população.

Fábrica – A IP, no final da década de 80, adquiriu terras em Mato Grosso do Sul, onde iniciou a constituição de florestas próximas à região de Três Lagoas. Hoje a área reflorestada na região conta com cerca de 100.000 hectares, dos quais 72.000 são de floresta de eucalipto e cerca de 24 mil de áreas reservadas a florestas nativas.

A fábrica de papel e celulose da IP a ser instalada em Três Lagoas, produzirá 3,8 mil toneladas diárias de celulose de eucalipto branqueada, sendo que de 80% da celulose será convertida em 3,1 mil toneladas diárias de papel branco de imprimir e escrever e o restante será vendida no mercado.

A unidade funcionará na fazenda Barra da Moeda, junto à Rodovia MS-395, km 21, e terá 390 hectares, o que equivale a 3.900 metros quadrados.

O empreendimento irá gerar 820 empregos diretos e indiretos na região.

A construção e ativação da fábrica ainda dependem da liberação dos órgãos ambientais do estado. As licenças para a instalação da unidade em Três Lagoas, dependem ainda da avaliação da Sema e do cumprimento das demais etapas do processo, que inclui a realização de mais um Fórum, e também, de uma audiência pública. A operação poderá durar até seis meses. Findo este prazo, caso o projeto seja aprovado, a Sema emite para a IP a licença prévia e de instalação, na região.

A construção deverá durar 30 meses, entretanto, a produção começará antes.

“A Sema vem acompanhando todo o processo de instalação da fábrica e os Fóruns são oportunidades que todos têm para apresentar sugestões e conhecer o projeto”, disse Delia VillaMayor Javorca, responsável pelo escritório da Sema, em Três Lagoas.