Ações concretas e planejadas por um Fórum permanente. Estas foram às deliberações de autoridades e representantes da comunidade, que participaram, ontem, do Fórum de Combate a Violência, realizado no plenário da Câmara Municipal de Três Lagoas. O debate é resultado de uma indicação apresentada pelo vereador Cláudio César de Alcântara (PMDB) à Casa de Leis.

Participaram do debate - dirigido pelo vereador Cláudio César - apresentando dados, sugestões e respondendo questionamentos, as seguintes autoridades: os vereadores José Augusto Morila Guerra (PMDB), Antônio Rialino (PMDB), Gilsemar José Ferreira (PPS), a prefeita Simone Tebet, o promotor público Antônio Carlos Garcia de Oliveira, o delegado regional Vitor José Fernandes Lopes, a delegada da Delegacia Especial de Atendimento da Mulher, Magali Corsato, o comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, o major Edson Machado de Souza, o capitão do 2º Batalhão da Polícia Militar, Luiz Fernando, o presidente do Conselho da Comunidade José Antônio Rodrigues.

O Fórum teve como principais temas: a realidade da violência na cidade, perfil dos bandidos, principais ocorrências e, sobretudo, possíveis soluções para combater a crescente criminalidade na região.

O presidente do Conselho da Comunidade José Antônio Rodrigues, além de apresentar dados, também, ressaltou que o problema crucial do Brasil hoje é a falta de emprego. “Hoje 84% das detentas do presídio feminino estão presas por tráfico e a grande maioria é mãe, claro que há entre elas muitas que são bandidas, mas se estas mães tivessem uma oportunidade de emprego esta situação poderia ter sido evitada”, informou.

O comandante da PM, o major Edson de Souza, complementou a informação dizendo que se o tráfico fosse reduzido no Estado, na cidade, a criminalidade reduziria significativamente. “O tráfico mantido pela droga vinda principalmente de outros países, tem que ser reduzido para que a violência diminua de maneira significativa”, disse.

Os delegados presentes ao evento apresentaram sugestões para combater a violência de maneira direta e eficiente.

“A maior parte dos crimes praticados em Três Lagoas são furtos e para polícia não há distinção entre pequeno e grande delito. E para combater a violência têm que ser feitas ações rápidas. A população, por exemplo, pode e deve colaborar com a polícia denunciando, sendo testemunha”, frisou a delegada Magali.

“O ideal para combater a crescente criminalidade da cidade é que Três Lagoas contasse com uma Delegacia de Repressão aos Furtos, como há em Campo Grande”, complementou o delegado Vitor.

Para o promotor público Antônio Carlos e o capitão Luiz Fernando, educação e trabalhos sociais são as principais formas de combater, prevenir, a violência na cidade.

“Nós precisamos de investimentos sociais nas escolas, combates as grandes desigualdades sociais, enfim, de um trabalho grande”, enfatizou o promotor.

“Os oficiais do 2º Batalhão, com o apoio de policiais civis, federais acreditam que a educação é a melhor forma de combater a violência. Por isso, desde 1999, desenvolvemos nas escolas de Três Lagoas Programa Educacional de Resistência as Drogas e a Violência”, disse o capitão da PM.

Para a prefeita Simone Tebet além do debate há a possibilidade de ações o mais rápido possível. “A partir daqui, deste Fórum sairão ações imediatas. Faremos o possível para que este Fórum seja permanente”, frisou a prefeita.

Ações - Colaborando com a discussão, o público presente ao evento, além de questionar as autoridades sobre a criminalidade na cidade, cobrou ações urgentes. Desta forma, ficou definido que até o dia 10 de maio, todos os segmentos da cidade deverão indicar representantes para compor o Fórum Permanente de Combate a Violência. A partir da definição do grupo serão planejadas ações, atividades, que possam inibir toda e qualquer ação violenta no município.

“Depois de definidos os representantes dos segmentos sociais, o Fórum será efetivamente criado, com ata, posse e aí desenvolveremos ações de combate a violência na cidade. A primeira delas, inclusive, será voltada para o combate a violência no trânsito”, adiantou o vereador Cláudio César.