Com o objetivo de alertar a população sobre os riscos e danos causados pelo fogo em terrenos baldios da cidade, o comandante do 5° Grupamento do Corpo de Bombeiros, o tenente-coronel Armindo de Oliveira Franco, ocupou a tribuna da Câmara Municipal de Três Lagoas, ontem. Na oportunidade, ele apresentou dados e fotos sobre os incêndios registrados em diversas regiões da cidade, desde o começo do ano, ressaltando, sobretudo, que a corporação não conta com efetivo e viatura, suficientes para combater ocorrências deste tipo.

“Se continuar com esta intensidade de incêndios, nós só vamos atender casos que ocorrerem próximo a escolas, creches, hospitais, pois o Corpo de Bombeiros não tem como atender tantas ocorrências deste tipo”, destacou o comandante. Ele acrescenta que hoje a corporação “improvisa” na hora de combater incêndios em terrenos, ao utilizar uma viatura específica para casos de incêndios urbanos, em edificações.

De janeiro até o início de maio (dia 8), deste ano, o número de ocorrências de incêndio em terrenos baldios, em Três Lagoas, já chega a 43 (sete a menos que no mesmo período de 2005), enquanto que em todo o ano passado foram registradas 74 ocorrências.

Os incêndios em pastagens, provocados pela queima de lixo e em terrenos baldios somaram 102 ocorrências em 2005 e este ano já totalizam 57. A grande preocupação da corporação é com o período de estiagem que começa em maio e vai até setembro.

Para o comandante do Corpo de Bombeiros, o costume que as pessoas têm de “limpar” terrenos queimando lixo e mato é que contribui de maneira significativa para o aumento de incêndios em terrenos. Na tentativa de amenizar esta situação, a corporação solicitou que a Prefeitura notificasse os donos dos terrenos, pedindo que os mesmos murassem e limpassem suas áreas de maneira responsável.

“Num primeiro momento as medidas surtiram efeito, mas estamos vendo que as coisas voltaram a piorar, pois para limpar os terrenos as pessoas optam por colocar fogo no lixo, no mato, que é a maneira mais fácil, no entanto, a mais perigosa também, pois oferece riscos à população e causa transtornos”, disse o comandante.

Ele explica que depois de notificar os donos dos terrenos, e também, fazer uma campanha educativa, a Prefeitura deverá multar quem insistir em deixar as áreas sujas e sem muro. O valor da multa é de meio salário mínimo.

Vereadores - Diante dos esclarecimentos do comandante, os vereadores além de parabenizá-lo pela iniciativa de alertar a população, também aproveitaram a oportunidade para reforçar que a população tem que fazer a sua parte, evitando queimadas desnecessárias e irresponsáveis.

“Parabenizo o comandante pelo trabalho do Grupamento que pelo que vimos, apesar das dificuldades, vem atendendo a população sempre que possível”, disse Tonhão (PV).

O vereador Jorginho (PSDB), além de elogiar o trabalho dos bombeiros, pediu que a população seja mais consciente. “Eu vi de perto o transtorno causado por um incêndio em terreno baldio, pois isto ocorreu ao lado da minha casa, e peço então que a população tem consciência e evite colocar fogo nos terrenos”, ressaltou Jorginho.

Para o vereador Valdomiro Aguirre (sem partido) uma das medidas que a Prefeitura poderia tomar para inibir incêndios, ou mesmo a sujeira e o abandono de terrenos seria a adoção do IPTU Progressivo. “O vereador Gil que participa da elaboração do Plano Diretor da cidade poderia levar esta sugestão para o Comitê que elabora o estudo como forma de tentar resolver esta situação dos terrenos em Três Lagoas”, enfatizou Aguirre.

O Presidente do Legislativo Municipal, o vereador José Augusto Morila Guerra (PMDB), agradeceu o comandante pelos esclarecimentos e também pediu apoio da população. “Pedimos que a população de Três Lagoas não coloque fogo nos terrenos”.