Conselhos de defesa da criança
querem sistematização do atendimento
Eles informaram ao presidente da
Câmara que falta uma rotina entre polícia, médicos e entidades
O presidente da Câmara Municipal,
vereador José Augusto Morila Guerra, reuniu-se na manhã de sexta-feira (11) com
conselheiros tutelares, representantes do projeto Sentinela e do Conselho
Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA) para discutir soluções
para as dificuldades que eles têm encontrado no atendimento dos casos de violência
sexual contra crianças e adolescentes.
Segundo os
conselheiros, o encaminhamento tem sido desordenado e há falta de uma rede que
envolva polícia, peritos criminais e médicos, de forma a dar um atendimento
mais rápido e eficaz às vítimas.
Guerra
sugeriu a realização de uma audiência envolvendo todos os setores municipais e
estaduais que atuam no caso, possivelmente no dia 2 de março. Ele requisitou a
marcação da data com a prefeita Simone Tebet e as outras autoridades para que
os representantes de defesa da criança e do adolescente possam apresentar as
reivindicações e sugestões de sistematização de uma rotina municipal para o
atendimento.
Segundo Alzira Marques de Moraes,
assistente social do projeto Sentinela, é necessário que a vítima seja
encaminhada para o médico o mais rápido possível para que receba os
medicamentos do chamado “kit violência”, que inclui coquetel anti-HIV, vacina
contra hepatite B, pílula do dia seguinte e remédios para evitar o contágio com
outras doenças sexualmente transmissíveis.
“O problema é que os medicamentos
contra Aids devem ser aplicados até duas horas depois de praticado o ato
violento. Muitas vezes, a família só vai à polícia dias depois. Ontem (dia 10),
encaminhamos ao médico um caso de um garoto de cinco anos estuprado dia 20 de
janeiro. Ele fez exame de corpo de delito no IML e não foi levado ao médico,
embora estivesse com dores abdominais. Não encontramos pediatra para atendê-lo
e o médico só constatou a violência que já havia sido constatada. Temos que
agilizar porque, senão, a criança acaba sendo vítima mais de uma vez”, afirmou
Alzira.
Ana Maria Leal Previato e Vilma
Portela, do CMDCA, aproveitaram para informar ao presidente do Legislativo que
o conselho ainda não conta com a estrutura física, de veículos e de pessoal
para que o atendimento seja realizado conforme a legislação.
Participaram ainda da reunião a
presidente do Conselho Tutelar, Leide Patrícia Dias, e o conselheiro Marcelo
Filomeno Pena, e a coordenadora do Sentinela, Creusa Ramos Monteiro.
Guerra informou que a Câmara
Municipal poderá formar uma de apoio aos defensores dos direitos da criança e
do adolescente, com objetivo de que o Poder Legislativo acompanhe a política
municipal de atendimento.