O médico infectologista, Marcos Sanches, defendeu, nesta terça-feira (12), que haja uma padronização no diagnóstico e tratamento de pessoas com leishmaniose para que a doença seja controlada no município. Ele afirmou que a leishmaniose chegou em Três Lagoas para ficar e que resta ao poder público, aos médicos e à população apenas controlar para que os índices de pessoas doentes caiam e que aqueles que contraírem a doença possam ser curados.
“Não dá para erradicar a leishmaniose, mas poder melhorar o diagnóstico e o tratamento, além de diminuir as chances da doença aparecer”, defendeu.
Sanches fez a afirmação durante palestra de conscientização realizada na sessão da Câmara Municipal, a convite do presidente da Casa, José Augusto Morila Guerra. O médico explicou que a doença na cidade tem tido um diagnóstico difícil e que o exame de cultura, que dá maior chance de acerto, será realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), gratuitamente, possibilitando uma melhoria na qualidade.
O infectologista afirmou que, assim, há chance de haver maior controle da epidemia, instalada a partir de 2001. “Mas é preciso lembrar que o sucesso depende de uma somatória de ações, como a limpeza urbana, dos quintais e ruas, para evitar que o mosquito transmissor da leishmaniose se prolifere. O controle da doença tem que ser feito do ponto de vista médico, mas também da cidadania, com informações e participação da comunidade”, disse.
Sanches também apresentou informações sobre as formas de contágio de Hepatite C e B, que são transmitidas por vírus, através de relações sexuais, sangue (uso compartilhado de seringas, aparelhos de manicure e oontológicos, por exemplo) e convidou a população a manter-se atenta, para que também haja um diagnóstico precoce da presença destas doenças.
Segundo o médico, a hepatite B conta com vacina distribuída em rede pública para jovens até 20 anos e que existem estudos para aumentar esta faixa etária. Outro alerta foi quando ao diagnóstico durante o pré-natal, para que o recém-nascido receba a vacinação e medicamentos que evitem seu contágio.
O médico informou que os principais sintomas da leishmaniose são febre fraca e contínua, perda de apetite e emagrecimento, pele ressecada, aumento no volume da barriga, palidez, tosse seca e possível diarréia.
Quanto às hepatites, ele afirmou que não há sintomas aparentes. “É uma doença silenciosa, que só se percebe quando evolui para uma cirrose, falência hepática ou câncer no fígado”.