A diretora técnica da Sanesul, Rita Terezinha Queiroz Figueiredo, garantiu que a empresa está providenciando melhorias no abastecimento de água dos bairros atualmente atendidos pelo poço Palmito, durante a sessão da Câmara Municipal, da última terça-feira (4).
Segundo ela, a Sanesul está iniciando teste para perfurar um novo poço, no fim da rua Yamaguti Kankiti, ou para criar um ramal que leve a água do poço da Praça dos Ferroviários para ser misturada com a água do Palmito, resultando, assim, em um produto com menor temperatura e gosto mais agradável.
Para isso, no entanto, ainda será necessária a construção de mais uma adutora, o que ainda deve demorar alguns meses. A diretora, mesmo indagada diversas vezes pelos vereadores Cláudio César e Rialino, não soube precisar uma data para início da mistura. “Podem ter certeza de que o governo tem interesse de resolver o problema da população o mais rápido possível”,a firmou.
A Sanesul deslocou até a Câmara diversos funcionários da área técnica. Eles explicaram que a água fornecida, embora de sabor desagradável, é potável e está dentro de todas as normas de qualidade exigidas pela portaria 518 de 2004. Esta portaria regulamenta, em todo o país, as normas e parâmetros para testar a qualidade da água para abastecimento humano.
O engenheiro Gilson Harima explicou o funcionamento do poço e disse que ele possui características raras e peculiares, como a alta pressão. Esta pressurização, segundo ele, facilita o abastecimento da cidade toda, porque joga a água a grandes distâncias, resolvendo de forma natural o problema da topografia plana de Três Lagoas.
Ele afirmou que, caso o poço seja desativado, a Sanesul terá que fazer grandes investimentos para solucionar a questão da pressão. “Este custo de investimento e manutenção do sistema teria que ser repassado para a tarifa, elevando o preço pago pelos consumidores”, afirmou.
Os vereadores Valdomiro Aguirre, Vera Helena e Rialino voltaram a reivindicar que a tarifa dos consumidores que recebem a água seja reduzida. Rita Terezinha rebateu que é impossível porque a tarifa é único e o custo operacional total não comportaria reduções.
Após diversas manifestações populares de descontentamento com a água, a Câmara Municipal requisitou a presença da diretoria da Sanesul, para explicar a situação do fornecimento. A população reclama que a água tem gosto ruim, por ser salobra, sai muito quente e provoca corrosão em metais. Na terça-feira, o ex-vereador Carlos Nunes Zuque usou a tribuna, representando a comunidade para reclamar da água.
A bioquímica da empresa, Tânia Marchesi de Freitas, disse que as análises demonstram normalidade nas condições encontradas, inclusive nas quantidades das substâncias em que tem maior concentração, como flúor. Ela disse que a água é extremamente alcalina e, por isso, dificilmente causaria corrosão ou ferrugem em metais.
O vereador Gil disse que não questionava a qualidade técnica da água, mas argumentou que a relação consumidor-fornecedor está em desequilíbrio. “Quando o consumidor não quer um produto, o fornecedor procura trocar para atendê-lo melhor. Neste caso, a população que paga não quer a água do Palmito, mas tem sido obrigada a consumi-la”, afirmou.
Jorginho do Gás também criticou o produto e lembrou que o direito ao prazer do paladar não está sendo respeitado.