Na noite dessa segunda-feira (15), foi realizada no plenário da Câmara Municipal, a audiência pública sobre o Enfrentamento e Combate ao Crack. O presidente da Casa de Leis, vereador Nuna Viana (PMDB) compôs a mesa de autoridades. Os vereadores, Fernando Milan (PMDB), Marisa Rocha (PSB), Jorginho do Gás (PSDB), Tonhão (PPS), Celso Yamaguti (DEM), Idevaldo Claudino (PT), Ângelo Guerreiro (PDT) e Jorge Martinho (PMDB), também compareceram ao ato.
A audiência foi proposta pelo deputado estadual, Eduardo Rocha, que também foi um dos palestrantes da noite. A lista de autoridade que participaram do evento incluiu ainda: da prefeita Márcia Moura; da secretária Estadual de Trabalho e Assistência Social, Tânia Garib, do deputado Federal, Luiz Henrique Mandetta, integrante da Comissão Especial de Políticas Públicas de Combate às Drogas, da Câmara Federal; do Promotor de Justiça da Infância e Juventude de Campo Grande e Presidente do Conselho Estadual Antidrogas, Sérgio Fernando Harfouche; da secretária municipal de Assistência Social, Cidadania e Trabalho, Maria Lúcia Firmino; da promotora de Justiça de Infância e Juventude de Três Lagoas, Ana Cristina Carneiro; o Pastor da Igreja, Peniel, Marcos Rogério; do prefeito de Brasilândia, Antonio Padua Tiago; do diretor da Missão Salesiana em Três Lagoas, Armando Catrana; do comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, Wilson Sérgio Monari; além de secretários e diretores municipais e demais autoridades.
Durante seu pronunciamento, Eduardo Rocha falou do resultado positivo que a audiência já alcançou, sendo Três Lagoas a segunda cidade a realizar mobilização, depois da capital do estado. De acordo com o deputado, já estão agendadas mais 10 audiências no estado.
"Precisamos levar até população a realidade que o Crack causa ao usuário, na família e em toda a sociedade. E quero propor a nossa presidente Dilma, que os agentes comunitários de saúde sejam devidamente regulamentados e possam realizar também este trabalho de conscientização sobre os malefícios do Crack e outras drogas. Será um exército ajudando no combate às drogas", destacou o deputado.
Em Três Lagoas são 180 agentes comunitários e na capital do estado mais de 2.000, foi o que destacou o deputado ao falar da proposta.
Na ocasião, o vereador Fernando Milan falou de seu projeto, já aprovado pelo plenário do Legislativo Municipal, que cria em Três Lagoas, a "Semana de Conscientização Sobre os Malefícios Causados à Saúde pelo Uso do Crack". "Creio que o laço mais importante para ajudar nessa luta, que hoje este enfraquecido, é a família. Nem todos os pais podem dizer: eu conheço muito bem o meu filho. Infelizmente essa é a realidade", disse o parlamentar.
A audiência foi marcada por apresentações musicais, vídeos sobre os malefícios da droga, e também, sobre o preparo do Crack para o melhor conhecimento da população.
O deputado Mandetta, apresentou alguns dados sobre a comercialização da droga. De acordo com ele, uma pedra de Crack é vendida em Três Lagoas à R$ 5,00. Já em Campo Grande é vendida à R$ 3,00, e no Rio de Janeiro é comercializada a R$ 10,00.
"Temos que melhorar o policiamento, fornecer mais informação nas escolas e melhorar a segurança nas mesmas. E isso não depende de leis, mas sim, de ações locais. O Brasil é o país, que no mundo, menos investe no combate das drogas lícitas e ilícitas e, se fornecemos uma série de benefícios a outros países, tem que haver uma contrapartida de cada um deles, para ajudar nessa luta, eles não podem fechar os olhos para o problema. O Ministério das Relações Exteriores deve cuidar disso", ressaltou o deputado.
Outro cuidado abordado por Mandetta foi em relação ao controle da indústria Petroquímica.
Fizeram também uso da tribuna, o Pastor Marcos Rogério, que trabalha com o Centro de Reabilitação da igreja Peniel, o qual falou do tratamento e cura de um usuário de droga.
A secretária Tânia Garib também fez uso da tribuna, apresentando alguns índices das comunidades terapêuticas existentes no estado e no Brasil.
O comandante da Polícia Militar, major Wilson Monari, apresentou alguns dados de apreensões em Três Lagoas e falou sobre o trabalho do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), desenvolvido por policiais nas escolas.
O promotor, Sérgio Harfouche, destacou a punição devida para um traficante de drogas, o que para ele atualmente não funciona.
"Nenhum crime no país contempla a redução da pena mínima, só o tráfico de drogas, isso precisa mudar", declarou o promotor.
Em seu discurso, Márcia Moura falou do Centro de Atenção Psicossocial para usuários de Álcool e outras Drogas (CAPS-AD).
"Nós temos um trabalho muito significativo realizado em nossa cidade. Precisamos lembrar que para se tratar é preciso querer. O Caps atende hoje 2016 pacientes. Deste total, 22% tentam de fato se livrar do Crack. Outros 20% são atendimentos a pessoas que fazem uso do tabaco, 12% maconha e 33% alcoolismo", ressaltou.
A prefeita ainda informou que na próxima semana, atendendo a necessidade, o Caps contará com um terapeuta ocupacional.
O objetivo da ação é levar mais conhecimento da população, apresentar impactos, levantar as diversas possibilidades de enfrentar o problema com o uso do Crack e outras drogas, para levar a bancada federal reivindicações pertinentes ao assunto, na busca de um combate intensificado.
Daiana Oliveira
