Na manhã desta segunda-feira (10), no plenário da Câmara Municipal de Três Lagoas, uma comissão investigativa, formada pelos vereadores Silverado, Apóstolo Ivanildo e Davis Martinelli, realizou oitiva para apurar supostas irregularidades encaminhadas pelo ministério público sobre o transporte escolar no município.
Foram ouvidos Jair Pereira da Silva Santos, representante da Secretaria Municipal da Educação, Adiran Aparecido da Silva, servidor efetivo da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, fiscal do contrato no período da denúncia, e Tatiana M. F. de Souza, coordenadora operacional da empresa Crisptur.
Os vereadores da comissão apresentaram alguns dados da denúncia aos ouvidos, como a diferença na quilometragem apresentada e valores milionários dos contratos. Porém, o ponto mais tocado nas três oitivas, foi a questão das dificuldades enfrentadas para o cumprimento do contrato.
Jair, por exemplo, falou das péssimas condições das estradas e da nova regra que limitará os ônibus a circularem na velocidade máxima de 70km/h. “Se já é difícil cumprir a lei que determina o máximo de duas horas dentro do transporte, agora será impossível”, ressaltou.
Adiran afirmou ser inviável fiscalizar as quase 50 linhas do transporte escolar sozinho. E Tatiana reforçou que as mudanças constantes de alunos e escolas geram muitos transtornos, pois é preciso refazer as rotas. “Em 2018, com a desativação de uma escola, tivemos que refazer toda a logística”, exemplificou. “Já perdemos três motores dentro do rio”, informou Tatiana ao falar, também, das péssimas condições das estradas.
Outro ponto levantado foi o de que algumas linhas de ônibus transportam apenas quatro ou seis alunos. Davis questionou se não era melhor substituir o ônibus por um veículo de menor porte. “Nós apenas cumprimos o contrato feito com a prefeitura, que é o de transporte de alunos com ‘ônibus’. O contrato não prevê a utilização de outros veículos”, respondeu Tatiana, que concordou que seria muito melhor poder usar outros tipos de veículos para o transporte.
Foi questionado também sobre constar em ata da secretaria que em determinados dias o ônibus não entrou em algumas fazendas, mas que não houve redução na quilometragem anotada pelo motorista, Adiran explicou que nesse período foi feito um desvio por causa de uma ponte que estava sendo construída, justificando a quilometragem percorrida.
Por fim, Adiran disse que está à disposição para refazerem os percursos e medições das quilometragens, acabando com as divergências das medições feitas pela secretaria, empresa e pela quilometragem apontada na denúncia.