Na manhã desta quarta-feira (14), a Comissão de Investigação (CI) realizou a segunda oitiva com intuito de apurar denúncia de que a vereadora Sayuri Baez teria cometido abuso de autoridade ao adentrar na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e filmar pacientes. A comissão é formada pelos vereadores Davis Martinelli, presidente, Jorginho do Gás, relator, e Marisa Rocha, membro. Prestaram depoimento o enfermeiro plantonista Andrew Ferreira Ramos e o médico Dr. Marcelo Rodrigues de Oliveira.
Antes de iniciar a oitiva, o presidente da CI colocou em votação duas solicitações apresentadas pela vereadora Sayuri, que foram aprovadas: cópia de todo o processo e permissão para seu assessor e advogado acompanhar a oitiva presencialmente.
O enfermeiro foi o primeiro a ser ouvido, relatando que estava na ala de emergência entubando uma paciente em estado grave quando foi chamado para acompanhar uma pessoa que queria entrar na ala. “Não sei o real motivo da visita dela, mas ouvi que ela foi levar uma vizinha e recebeu reclamações sobre a questão da água, bebedouro e banheiro”, contou.
Sobre essa questão, explicou que, na data, pacientes com covid-19 usavam banheiros dentro da ala covid-19 e que os bebedouros, por indicação, não estavam sendo utilizados. “As pessoas eram orientadas e a levar garrafinhas. Quem não tinha, a equipe oferecia água” para evitar a utilização comunitária, disse.
“Achei que ela tinha autorização, pois já estava lá dentro e pediram para eu acompanhar”, ressaltou. Andrew afirmou que se sentiu constrangido com ela entrando com o celular na mão, filmando e fazendo vários questionamentos. “Ela não deveria ter entrado dessa forma, me senti constrangido. Outros vereadores já visitaram a unidade e não foi assim”, explicou.
Dr. Marcelo, segundo a depor, relatou que no dia estava de plantão no SAMU e levou um paciente em estado grave para a UPA. “Vi um homem filmando e alertei que era uma área vermelha e precisava de autorização. Ele me disse que era um funcionário da prefeitura filmando. Em nenhum momento falei ou vi a vereadora”, relatou.
Quando questionado sobre as consequências do ato de filmar, o médico alertou que ali estavam pacientes graves que não estavam em condições de autorizar ou não o uso da sua imagem. “Não é algo apropriado”, frisou.
Após os depoimentos, a CI encerrou a oitiva. Novas pessoas poderão ser convocadas e a investigação continua.